O fenômeno da globalização, como processo de integração mundial em constante expansão e mudança, possibilitou que a língua inglesa (LI) alcançasse o status de ‘língua franca’. Neste contexto, o segmento das escolas bilíngues (EscBs) português-inglês vem ganhando cada vez mais espaço na educação brasileira (principalmente no setor privado da educação), propondo um ensino baseado na abordagem CLIL (Content and Language Integrated Learning - Aprendizado integrado de conteúdo e língua), cujo ensino de LI é integrado ao ensino de conteúdos escolares. A expansão dessas escolas pelo território brasileiro trouxe a necessidade do surgimento de materiais didáticos (MDs) que suprissem suas demandas. Dessa maneira, baseando-se nos estudos de Gardner (1993, 1999), no que diz respeito à Teoria de Inteligências Múltiplas; Rajagopalan (2005) e Gimenez (2015), com relação às questões teóricas sobre ‘inglês como língua franca’, educação bilíngue e abordagem CLIL; e Tomlinson (2005), autor conceituado pelos seus estudos sobre materiais didáticos no ensino-aprendizagem de línguas; entre outros autores que fundamentaram a investigação, tem-se como objetivo neste painel apresentar análise prévia do funcionamento deste novo tipo de MD à luz da abordagem de ensino CLIL e da teoria das Inteligências Múltiplas (IM). A pesquisa, de base qualitativa e interpretativista, teve seu corpus de análise coletado conforme resultado das várias etapas dos procedimentos metodológicos, que tiveram início com o levantamento de dados de EscBs em cidades da região sudeste do Brasil. Dentre os passos, ocorreu a solicitação de um primeiro contato, feita virtualmente e de cunho científico, da possibilidade de acesso a uma parte de MD utilizado nestas escolas. Mesmo em um contexto pandêmico, foi possível reunir MDs de algumas EscBs e selecionar, então, aqueles que compuseram o corpus. Após análise preliminar, é possível verificar que os resultados já alcançados validam a hipótese de que, por ser um material novo, assim como seu contexto, tal material traz em sua formulação traços de características das inteligências no que diz respeito às habilidades e competências dos sujeitos envolvidos (alunos e professores), permitindo espaço a um processo de ensino-aprendizagem que respeite as suas individualidades. (Apoio: CNPq/PIBIC)