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Cara Deuzanira, sabia que tinha muito a dizer sobre essa pesquisa. Me parece que você tem dados muito bons para pesquisas futuras, além do que pode abrir novas questões e se aprofundar em pós-graduação. Parabéns! Ficou muito clara a resposta às questões que sua exposição me abriu. Sucesso!

Olá, Jocenilson Ribeiro! Gostaria de expressar meus agradecimentos pelo acompanhamento, observações e sugestões na exposição deste painel. Muito obrigada! Sobre a primeira pergunta, ensino de LP e reflexões, minha orientadora e eu nos indagamos constantemente acerca dos processos citados por você e tais apontamentos estão presentes na construção da pesquisa, por mais que não estejam claramente explícitos, pois o nosso intuito era verificar mesmo o quê esses meninos tinham aprendido na escola sobre LP e os conhecimentos sobre gramática, levando em consideração o contexto em que o grupo analisado se encontrava quando foram feitas as observações in loco: alunos do 3º ano do EM finalizando o último bimestre do ano letivo escolar. Assim, a pesquisa tomou um percurso que desencadeou em um perfil diagnóstico e também conclusivo, por ser tratar de alunos do último ano do EM, em sua fase final, sem ter compreendido e tão pouco constituído o que é uma concepção de língua e consciência linguística. Para se chegar a essa percepção, buscamos entender a relação que os alunos tinham com a disciplina, quais eram os métodos utilizados e a compreensão adquirida sobre GN. No questionário fizemos perguntas como: (1) “Você gosta de estudar Português?”, (2) “Você utiliza o que aprende na aula de Português quando está fora da sala de aula? Em que sentidos/momentos?” e (3) “Você acha importante estudar gramática? Por quê?”. E as respostas e principalmente a interação do alunos foram bastante provocantes. Os alunos relataram em (1) que gostavam de estudar português e entendiam que era necessário para o uso da língua no dia a dia, para compreender seu funcionamento e melhorar o desempenho na escrita, leitura e interpretação, mas alguns responderam que não gostavam, pois achavam difícil e não compreendiam a gramática. Em (2), foi unânime a utilização do que se aprende nas aulas de português fora de sala de aula estava somente relacionada com a produção escrita, mas não especificando em quais situações, ou seja, não souberam especificar necessariamente em que momentos lançaram mão desse conhecimento escolar da LP. E em (3), uma parte considerável dos alunos não sabiam dizer a importância da gramática (no momento da observação e posso dizer que me causou um impacto, pois também era o meu primeiro momento de interação com a sala de aula, uma das alunas me direcionou a seguinte indagação: “o que é mesmo gramática? Ah, eu não sei dizer!”), poucos responderam que a gramática seria importante para a escrita, ou para realizar uma boa redação no vestibular e também deixaram em branco. Retomamos outra pergunta com ênfase em gramática, (4) “O que é gramática para você? Gramática ajuda a escrever bem? Dê que maneira os conteúdos de gramática são trabalhados nas aulas?”, novamente muitos não souberam responder deixando as perguntas em branco e alguns poucos reiteraram a concepção tradicional em que a gramática vislumbra somente o escrever bem, direcionados principalmente para exames, vestibulares ou concursos públicos. Sobre o professor, nos chamou atenção quando no questionário foi perguntado (5) “O que é gramática para você? Gramática ajuda a escrever bem? Dê que maneira os conteúdos de gramática e /ou questões linguísticas são trabalhados em suas aulas?” e em resposta o docente reitera que trabalha com as regras gramaticais (de forma curta e direta). Outra pergunta também feita foi (6) “Qual você julga ser o papel do professor de português? Para que ensinar português para quem já sabe?” e o docente manifestou que o papel do professor de Língua Portuguesa é “falar o bom português” (de forma curta e direta). Com isso, chegamos a questão dicotômica: de um lado a aptidão do uso e do outro o processo formal de ensino e aprendizagem de GN, deixando uma impressão de apagamento de conhecimentos e possibilidades de compreensão sobre algo que é seu, que é sua língua, sua identidade, sua cultura, para ao fim serem rotulados de indivíduos com habilidades de nível elementar e incapazes de dominar algo que é inerente a sua existência.

Olá Deuzanira, Li seu resumo e assisti a sua apresentação na modalidade audiovisual. Conforme orientações da comissão organizadora, estou responsável por acompanhar seu trabalho neste Painel e tecer alguma questão, comentário ou fazer sugestões. Antes, gostaria de parabenizá-lo(a) pela proposta apresentada. Na problemática do ensino de gramática na escola, podem ser incluídos vários temas que se apresentam direta ou indiretamente em tua exposição, a começar pela questão das crenças dos alunos sobre a língua, a gramática e o próprio ensino dela(s). Pesquisas sobre crenças e atitudes dos estudantes do ensino fundamental e médio sobre a língua portuguesa, a língua que falam e a gramática que aprendem existem em abundância. Há também pesquisas sobre/dos professores que as ensinam. Nesse sentido, creio que nós professores e pesquisadores devemos ter em mente que (1) ensinar LP e suas variações na perspectiva dos estudos linguísticos (discursivos e sociolinguísticos), (2) ensinar gramática(s) (normativa e/ou descritiva) evitando reprodução de crenças equivocadas e (3) refletir sobre as variedades de uso e produção das línguas e do português no Brasil e na CPLP permitindo a consciência linguística forma 3 processos desafiadores e, por isso, interessantes a investigar. Talvez começando por (3) seja um caminho para se chegar a (1) e (2), evitando a reprodução de crença dos estudantes sobre “o português que eles dominam” e “o português que eles aprendem” e, acrescento, “o tipo de gramática” que eles acessam na escola e fora dela. Vocês, orientanda e orientadora, têm refletido sobre estas questões? Com base no que consta em seu resumo (“[...] vamos apresentar dados obtidos por meio de questionários respondidos por alunos do ensino médio regular e professores de Língua Portuguesa quanto aos seus entendimentos de, e sobre, gramática normativa, a relação entre o português que eles dominam/usam e o que eles aprendem/ensinam e, finalmente, vantagens e desvantagens das aulas de Língua Portuguesa na escola.”...Fiquei curioso para saber mais da pesquisa e levantamento de dados a partir das questões que você, com sua orientadora, elaborou nos questionários respondidos pelos alunos e professores. Poderia apresentar algumas para nós? Que tipo de resposta obteve sobre suas concepções de língua portuguesa e de ensino? Espero que avance nesse estudo! Vale a pena...

Obrigada pela pergunta, Roger Alfredo! Primeiramente, devemos considerar que os alunos do 3º ano do ensino médio finalizam o seu período escolar sem ter a noção do que é concepção de língua, pois eles consideram língua a Gramática Normativa que lhes são ensinados nas aulas de LP. Esses alunos não associam suas experiências, conhecimentos e domínios linguísticos (gírias, dialeto local) como matérias constituintes dessa formação linguística, pois durante a aula de LP são ensinadas somente regras gramaticais que, por sinal, ainda desconstroem as referências acerca do uso. Assim, torna-se complicado tentar mensurar quanto o ensino de gramática normativa afeta a concepção de língua dos alunos, sendo que nem essa ideia (concepção) é desenvolvida em sala de aula. Espero ter conseguido responder sua pergunta!

Parabéns, Deusa. Excelentes reflexões.

Parabéns pelo trabalho! Eu tenho uma pergunta: É possível mensurar o quanto que o ensino de gramática normativa pode afetar a concepção de língua dos alunos?

Parabéns, Deuza! Trabalho maravilhoso, muito sucesso para você. ????

Parabéns pelo trabalho, Deuzanira! É apenas o primeiro da sua carreira acadêmica! Te desejo muito sucesso! Abraços, Prof. Cilene

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