Olá, agradeço a todos pelos comentários. Marco, obrigado pela sua questão! Antes de tentar respondê-la propriamente, menciono um trabalho do meu corpus, uma dissertação do campo da AD francesa, que trata do discurso universalizante presente em materiais de divulgação do esperanto e de cursos de inglês, se chama: "O funcionamento da noção de língua em instrumentos midiáticos de divulgação linguística" (Jurach, 2011), enfim... Voltando à sua pergunta. Olha, eu ainda vou me debruçar nas outras duas categorias de materiais do corpus, a saber, as categorias informativa (composta por periódicos esperantistas) e de materiais didáticos (composta por sites, gramáticas e cursos de esperanto), então ainda me falta a visão desses outros materiais, mas um aspecto que eu consigo visualizar do Esperantismo é a sua característica "clubista" (de clube mesmo), o que me faz relacioná-lo ao Escotismo, que também existe no Brasil, ele é um movimento muito forte, pois possui grupos escoteiros em todos os estados brasileiros, a cada ano parece aumentar o número de associados escoteiros no Brasil e no mundo etc, mas ainda assim, as pessoas conhecem pouco o Escotismo e ainda se surpreendem ao saber que existem escoteiros no país. Parece-me acontecer o mesmo com o esperanto: já há algumas universidades oferecendo cursos livres de esperanto (a UFC tem um curso de esperanto há 50 anos!), a divulgação do Esperantismo conta agora com as redes sociais, ganham mais atenção notícias de falantes nativos de esperanto (veja este vídeo famoso https://www.youtube.com/watch?v=A9BO3Sv1MEE), mas a meu ver a tópica de que o esperanto é uma língua artificial que nunca saiu do prelo ainda parece ser dominante e talvez continue a ser por muito tempo. Parece haver alguma barreira nesses "clubes" que dificulta atingirem um público externo ao seu próprio movimento. Então eu acho que um dos efeitos de sentido criado por esses materiais ainda é o de espanto, de surpresa, por contradizer o discurso de que o esperanto falhou. Também acredito que haja um efeito de sentido de que o esperanto ainda esteja tentando alcançar seu suposto projeto de dominação linguística, porém se servindo agora de maneiras mais condizentes à atualidade, enfim... Isso enseja um trabalho a parte, né?! Ahaha, Valeu!
O tema da pesquisa é bastante interessante, chama a atenção para um movimento importante de estudo sobre o esperanto e as suas recepções em diferentes espaços e materialidades. Diante da pesquisa documental, e de tantas características que fazem com que pensemos como uma língua viva, quais seriam os possíveis efeitos de sentidos criados (se há distintos) quando esses materiais emergem nessa nova contemporaneidade? E, de certo modo, como pensá-la num contexto mais amplo e diverso como o Brasil?
Parabéns pelo estudo e pela apresentação! Já estou indo ler o estudo sobre o caso de esperanto como língua materna.
Parabéns pela sua apresentação e pela dedicação à essa língua riquíssima! Boa continuação de estudos :)
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