Muito obrigado, Ednei! Em resposta à sua pergunta, há a possibilidade de trabalharmos alguns aspectos metalinguísticos do documento sim, pois o conteúdo do manuscrito não se limita apenas aos vocábulos de um dicionário, mas também às notas gramaticias do kimbundu do Libolo feitas pelo Padre Georger. Para ter uma amostra parcial do que está sendo feito neste sentido, indico uma visita ao painel do meu colega de IC, Otavio Albano (https://www.gel.org.br/eventos/seminario-2021/sesso-de-painis/1270).
Parabéns pelo trabalho. Quanto aos aspectos metalinguísticos presentes no documento, há perspectiva de um estudo mais aprofundado, visto o ineditismo dos documentos?
Ótimo trabalho, Osmar! Adorei a apresentação
Agradeço ao Osmar e ao Prof. Carlos Figueiredo pelas explicações. De fato, é um estudo muito interessante, principalmente pelas questões políticas e sociais também envolvidas!
Muito obrigado pelos elogios e pela oportunidade, professor Carlos. Obrigado também por precisar melhor as questões levantadas pela Edenize.
Parabéns pelo trabalho, Osmar. Apresentação concisa, expondo de forma clara questões fundamentais para o estudo de um documento incontornável para entendimento mais profundo de aspetos do contato entre o kimbundu e o português, em Angola. É com enorme alegria que vejo os manuscritos inéditos dos missionários espiritanos do Libolo serem agora estudados, no âmbito das pesquisas do Projeto Libolo. Esta documentação inédita dos missionários da Congregação francesa do Espírito Santo (considerados os jesuítas de Angola), é de extrema importância para estudos filológicos, históricos, linguíticos e etnográficos, em geral, e de Angola, em particular. Comentando algumas questões da apresentação e também da informaçao prestada à Profa.Ednize Peres, gostaria de detalhar que os espiritanos não chegaram a Angola em medados do século XIX, mas sim já na ponta final deste século, quando estabeleceram a sua primeira Mssão Católica em Lândana (norte de Angola), em 1881. A sua chegada ao Libolo deu-se pouco depois, em 1893. Também é importante referir que o autor do manuscrito, o Padre Georger, não o levou para Paris. O manuscrito permaneceu na Missão Católica do Libolo até 1974. Neste ano, e em sequência do processo de independência de Angola e do início da Guerra Civil neste país, os espiritanos abandonaram o Libolo por não estarem reunidas consições de segurança na região. Nessa altura, o então superior da Missão, Padre Marcelino Lopes, procurou salvar o máximo de documentação possível, colocando-a em sacos que levou para Luanda, depositando-os nos arquivos da Congregaçã da capital. Ao partir depois para Portugal, o Padre Marcelino conseguiu ainda levar parte desses documentos, deixando-os nos arquivos da Congregação em Lisboa. Quando descobri os documentos em Lisboa, no ano de 1975, e de Luanda, noa no de 1977, eles ainda estavam nos sacos em que o Padre Marcelinoos transportou. Este dicionário encontrava-se entre a documentação depositada em Luanda. Centrando agora atenção no dicionário, é importante referir que o seu autor esteve destacado por três vezes no Libolo: (i) a primeira vez. entre 1896 e 1898, tendo depois regressado a Malanje, de onde partira antes para se fixar no Libolo, para ajudara instalar a primeira missão nessa região (ii) a segunda vez, como superior da Missão do Libolo, entre 1904 e 1910, ano quando a missão foi fechada, em sequêcia da implementação do regime republicano em Portugal e consequente perseguição dos republicanos ao clero; (iii) logo a seguir, em 1911, o Padre Georger retornou ao Libolo para reabir a Missão, aí permanencendo com seu superior até 1936. Nos arquivos da casa mãe dos espiritanos, em Parais, descobri correspondência do Padre Georger trocada com os superiores da Congregação. Numa carta datada de 05/Novembro/1896 e escrita no Libolo (período da sua primeira estadia nesta região), o missionário refere já que está envolvido nos estudos da língua nativa da região, Assim, presumo que ele terá iniciado a escrita do dicionário não no início do século XX, mas sim no final do século XIX. Como tal, é também de inferir que as subsequentes anotações no documento, com tinta de cor diferente e a lápis, serão muito provavelmente, na sua grande maioria, do próprio Padre Georger, qundo regressou ao Libolo em 1904 e, sobretudo depois, em 1911. Nesta terceira fase, ele permaneceu no Libolo durante 25 anos. Logo, terá sido neste período que ele mais desenvolveu os seus estudos da língua nativa do Libolo. Claro que não se exclui a possibilidade de haver anotações posteriores no documento, de outros missionários, uma vez que o dicionário apenas foi levado para Luanda em 1975, pelo Pade Marcelino. Mais uma vez, muito obrigado, Osmar, pelo seu contributo tão importante para se começar a dar a conhecer à academia, e ao público em geral, a preciosa produção produzida pelos espiritanos em Angola.
Muito obrigado, Edenize. Está sendo um grande prazer realizar este trabalho de IC! Respondendo à sua pergunta, o “Pequeno Dicionário Português-Kimbundu do Libolo” faz parte de uma série de documentos escritos por missionários franceses espiritanos, que foram incumbidos de instalar uma missão católica em Calulo, no final do sec. XIX. O autor deste documento, o Padre Edouard Georger, precisou retornar à França e levou consigo todos estes documentos, que ficaram muitos anos “esquecidos”. O que nos chamou atenção e despertou o interesse em trabalhar com este documento foi o fato de tratar-se de um manuscrito ainda não divulgado pela comunidade científica e que poderá contribuir com os estudos do kimbundu falado na região do Libolo.
Parabéns pela apresentação e pelo trabalho! Gostaria de saber o local onde o documento foi encontrado, no Libolo, e o que mais despertou a atenção de vocês sobre ele, inicialmente, para ter sido escolhido.
Trabalho muitíssimo interessante e ótima apresentação. Parabéns! :)
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