Obra: Introdução a uma ciência da linguagem
Autoria: Jean-Claude Milner
Tradução: Valdir do Nascimento Flores, Heloísa Monteiro Rosário, Gabriel de Ávila Othero e Daniel Costa da Silva
Editora: Vozes
Ano de publicação: 2021
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Apresentação:

O livro foi traduzido pelos docentes do Instituto de Letras Valdir do Nascimento Flores, Heloísa Monteiro Rosário e Gabriel de Ávila Othero e pelo prof. Mestre Daniel Costa da Silva.

Afirmar a cientificidade da linguística parece, hoje em dia, uma atitude banal, do tipo que recorre às verdades incontestáveis, evidentes por si mesmas. Mas, como lembra Benveniste, “às vezes é útil pedir à evidência que se justifique”. Ora, o status científico da linguística não pode ser tomado por algo óbvio; muitos são os problemas colocados pela atribuição de cientificidade aos estudos da linguagem humana e a multiplicidade das escolas do pensamento linguístico atesta isso.

Quais são as credenciais da linguística para ser admitida no olimpo das ciências? Jean-Claude Milner, em Introdução a uma ciência da linguagem, enfrenta exatamente essa questão e desvela a complexidade que há sob a aparente evidência da cientificidade da linguística. A partir de uma análise epistemológica rigorosa da linguística proposta por Noam Chomsky, o autor conduz um raciocínio de muita envergadura, que deve contribuir significativamente para a discussão em torno do paradigma de cientificidade da linguística já estabelecida e daquela que se encontra em desenvolvimento.

Milner examina “a hipótese segundo a qual a linguística é uma ciência, no mesmo sentido em que uma ciência da natureza pode ser uma ciência” (p. 16). Para tanto, assume a perspectiva de que se deve aplicar “à linguística os mesmos conceitos que aplicamos às ciências da natureza” (p. 16). Isso não é sem consequência para a linguística nem para o linguista, que não poderá mais ignorar os limites e o alcance de seu fazer no campo das ciências. Não basta dizer que a linguística é uma ciência; é preciso, antes, dizer em que termos ela se configura como ciência e indagar sobre o que a torna diferente das antigas práticas da análise gramatical; sobre o que ela delimita como objeto ao dizer “linguagem”, “língua”, ou algum outro conceito adotado como objeto de investigação (“fala”, “vernáculo”, “competência”, “língua-I”, “corpus” etc.).

Para responder a essas e a inúmeras outras questões que o livro coloca, Milner mergulha profundamente no interior da ciência da linguagem – em especial na versão da chamada Escola de Cambridge e sua vinculação a Chomsky – e produz uma teorização que permite avaliar a relação entre a linguística, em geral, e a produção do conhecimento em matéria de linguagem. Nesse sentido, o livro tem importância para todos os que se dedicam aos estudos linguísticos, independentemente da vinculação teórica específica. Seu alcance é amplo e de grandes proporções. Trata-se de um livro fundamental para alunos e professores de linguística.


 

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