Obra: A linguagem fascista
Autoria: Carlos Piovezani e Emilio Gentile
Editora: Hedra
Ano de publicação: 2020
Link para acesso/aquisição: clique aqui.
Apresentação:
Falar às massas para mais bem calar o povo. Esta é uma das principais características da linguagem fascista. Nesta obra, Carlos Piovezani e Emilio Gentile examinam essa e outras muitas propriedades e transformações da linguagem empregada por fascismos antigos e neofascismos contemporâneos.
Logo após uma introdução, na qual são expostos os traços mais fundamentais da linguagem fascista, suas correlações com o populismo e a demagogia e os modos como podemos e devemos combatê-los, no capítulo Mussolini fala às massas: do socialismo revolucionário ao regime fascista, Emilio Gentile dedica-se a analisar a trajetória do precursor e maior expoente do fascismo italiano, observando o papel desempenhado por seus pronunciamentos e performances oratórias na meteórica ascensão que o conduziu de um simples e jovem colegial até a condição de Duce da Itália. Já no capítulo seguinte, Bolsonaro fala às massas: do baixo clero político à presidência da República, Carlos Piovezani descreve as mais recorrentes estratégias retóricas e os principais efeitos produzidos pelos discursos que concorreram para levar o capitão reformado do Exército à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, para reelegê-lo por sete mandatos consecutivos como deputado federal e para fazê-lo chegar até a presidência do Brasil.
A linguagem fascista permite que façamos comparações diretas e indiretas entre o que houve na Europa das primeiras décadas do século XX, o que já ocorreu sociedade brasileira de outros tempos e o que está acontecendo no Brasil do século XXI. Tais comparações iluminam nossa compreensão sobre os usos da linguagem por estados totalitários do passado e pelas ascensões populistas de extrema-direita de nosso presente.
Um enorme passo civilizatório foi dado, quando os seres humanos passaram a enfrentar boa parte de seus desentendimentos pelo uso da palavra, em detrimento dos confrontos físicos. A emergência e a consolidação da linguagem fascista ameaçam essa extraordinária conquista. Fascistas de ontem e neofascistas de nossos tempos não usam a linguagem para abrir diálogos e debates, mas para transformar críticos e adversários em inimigos a serem eliminados. Por isso, compreender, denunciar e combater essa linguagem é tarefa necessária e mais do que urgente.
Ficou interessada(o) pela obra? Gostaria de trocar uma ideia com os autores? Você pode contatá-los pelo e-mail cpiovezani@uol.com.br.
Clique AQUI para ver mais lançamentos.