Oficina 1
Escrita acadêmica:
uma oficina para escrever sem medo
Janaísa Martins Viscardi (Canal Jana Viscardi)
A escrita acadêmica vem costumeiramente rodeada de medos e inseguranças: são gêneros textuais novos - e variados - exigidos para que se apresentem resultados de pesquisa e estudo. Olhar para a produção textual acadêmica como uma etapa de aprendizado desses novos gêneros, mostrando o papel da experimentação dos formatos, pode contribuir para tornar o processo de escrita menos pesaroso. Com o objetivo de contribuir para esta conversa e prática, o minicurso “Escrita acadêmica: uma oficina para escrever sem medo” pretende combinar elementos teóricos do campo da Linguística Textual e práticos - da experiência da autora como professora - para buscar desmistificar a escrita acadêmica, tão ampla e múltipla. No encontro, os participantes terão a oportunidade de produzir pequenos excertos textuais, em dinâmicas variadas de escrita.
Oficina 2
Linguística do Corpus: Raspagem e Bases de Dados Online
Rodrigo Esteves de Lima-Lopes (Unicamp)
Esta oficina tem por objetivo discutir possibilidade de raspagem de dados de Bases Públicas, sítios de internet e mídias diversas, sendo, também, aplicada uma proposta de análise conjunta. A oficina possui dois momentos: no primeiro serão discutidas questões teóricas e metodológicas deste tipo de abordagem, passando-se, então, para a efetiva prática, aplicando-se scripts já publicados em outros estudos. Na parte prática exploraremos um corpus já disponível e distribuído em formato de pacote R, o BrPoliCorpus, partido-se, então, para experimentos de raspagem de sítios de internet, como foco em material disponibilizado por autarquias públicas e veículos de comunicação abertos.
Oficina 3
Introdução tutorial ao Praat
Pablo Arantes (UFSCar)
A oficina tem o propósito de fazer uma apresentação do programa de análise acústica Praat para pessoas com pouca ou nenhuma experiência em seu uso. Os tópicos a serem abordados serão: instalação do programa; apresentação do Praat e da sua interface; inspeção visual e funcionalidades de anotação de arquivos de áudio; extração de parâmetros acústicos; possibilidades de automação de tarefas por meio de scripts e geração de figuras. A oficina não pressupõe conhecimento prévio do programa, mas recomenda-se alguma familiaridade com a fonética acústica para o melhor aproveitamento do conteúdo.
Oficina 4
Ferramentas computacionais para tradução e análise lexicográfica
Adriane Orenha Ottaiano (Unesp)
Neste workshop, voltado para pesquisadores da área de Tradução e Lexicografia, visamos apresentar, brevemente, alguns programas computacionais que oferecem ferramentas de análise lexical para pesquisas linguísticas, tais como: AntConc (ANTHONY, 2019), WordSmith Tools (SCOTT, 2021), e Sketch Engine (KILGARRIFF et al., 2004), bem como alguns corpora on-line. De modo mais específico, buscaremos enfocar o programa Sketch Engine, a fim de capacitar o público-alvo a realizar pesquisas voltadas para a análise de itens lexicais ou padrões linguísticos de seu interesse de pesquisa. Ao final do workshop, espera-se que os participantes se familiarizem com o programa tratado (Sketch Engine) e possam empregar recursos das ferramentas discutidas, conforme as especificidades de suas investigações.
Minicurso 1
Fonética e fonologia da libras: repetição do movimento na produção de sinais
André Nogueira Xavier (UFPR)
Este curso objetiva tratar especificamente da repetição do movimento na produção de sinais da libras. Além de uma revisão da literatura a esse respeito, o curso discutirá aspectos formais e articulatórios que podem favorecer ou não essa repetição. Entre os formais, serão discutidos a complexidade da configuração de mão, o tipo de movimento, a localização, o número de mãos e sua simetria, o número de beats, o tipo de sílaba e peso silábico. Entre os articulatórios, serão discutidos o tipo de articulador (mais próximos do tronco, proximais, e mais distantes do tronco, distais) e do tipo de articulação (flexão, adução, abdução, rotação, etc). Espera-se que, ao final, o curso dê aos alunos um entendimento mais aprofundado de como fatores formais e articulatórios influenciam a repetição do movimento na produção de sinais da libras.
Minicurso 2
Abordagem da educação científica na Linguística Aplicada
Wagner Rodrigues Silva (UFT)
Nesta oficina, serão compartilhados resultados de pesquisas sobre a abordagem da educação científica construída na Linguística Aplicada (LA), realçando contribuições para o estudo sustentável do Português como língua materna no ensino básico. Foram identificadas as seguintes perspectivas investigativas na LA: (a) aprimoramento da educação linguística de estudantes da escola básica; (b) fortalecimento da formação de professores como produtores de saberes; (c) discernimento de discursos hegemônicos em torno da ciência; e (d) promoção de metainvestigações sobre práticas de pesquisa. O trabalho será organizado em três principais momentos: (1) problematização da origem da abordagem focalizada; (2) construção de perspectivas investigativas nos estudos aplicados da linguagem; e (3) produção colaborativa de percursos pedagógicos para o estudo da língua materna, considerando diferentes práticas escolares de linguagem – leitura, escrita, oralidade e análise linguística. O principal público da oficina são estudantes de graduação e de pós-graduação nas áreas dos estudos da linguagem e da educação, além de professores do ensino básico.
Minicurso 3
A sintaxe do português brasileiro: identificando a influência do substrato africano
Esmeralda Vailati Negrão (USP)
Minicurso 4
Ensino de Gramática: Morfologia, Sintaxe e Aprendizagem Linguística Ativa
Rafael Dias Minussi (Unifesp)
Este minicurso pretende discutir questões de ensino de gramática e, de modo especial, abordar questões sobre o ensino de Morfologia e o ensino de Sintaxe na perspectiva da Aprendizagem Linguística Ativa (Pilati, 2017, 2018, 2024). A metodologia levará em conta Lobato (2015, p. 20), que defende que o ensino de gramática deve adotar o “procedimento de descoberta. Isto é, em vez de ser taxonômico, o ensino deve levar à descoberta” e para isso, deve-se adotar uma “metodologia da eliciação” e uma “técnica de resultados”. Por sua vez, por meio da apresentação de oficinas didáticas, com exemplos de materiais manipuláveis, o minicurso discutirá os três princípios da Aprendizagem Linguística Ativa, definidos por Bransford et al. (2007) como: (i) Levar em consideração o conhecimento prévio do aluno; (ii) Desenvolver o conhecimento profundo dos fenômenos estudados e (iii) Promover a aprendizagem ativa por meio do desenvolvimento de habilidades metacognitivas.
Minicurso 5
Gramática de Construções
Márcia dos Santos Machado Vieira (UFRJ)
Gramática de Construções: princípios, conceitos, processos; questões críticas; e perspectivas futuras. Fenômenos da língua portuguesa (prosódicos, lexicais, morfossintáticos, textuais, semânticos, pragmáticos, discursivos, sociais, cognitivos): estudos de caso. Estabilização e variação linguísticas. Esquematicidade, Produtividade, Composicionalidade, Contextualidade. Generalização. Criatividade. Linguagem formulaica. Variação por similaridade configuracional, semelhança simbólica e paradigma discursivo. Abordagem socioconstrucionista: teoria, metodologia e modelagem gramatical. Representação de conhecimento gramatical diassistemático em uma rede de construções.
Minicurso 6
Linguística e Psicanálise
Lauro José Siqueira Baldini (Unicamp)
Este minicurso se propõe a falar de psicanálise com e para estudiosos da linguagem. Para isso, irei tomar como ponto de partida o seminário 20 de Lacan, intitulado "Mais, ainda", de 1972-73. Mais especificamente, o foco será a aula de 19/12/72, em que Lacan se dirige a Jakobson (de fato, na versão publicada do seminário, essa aula tem como título "A Jakobson"). Irei orbitar em torno da criação do neologismo linguisteria por Lacan, neologismo que ele diz estar criando para deixar a Jakobson "seu domínio reservado". Nessa "homenagem" de Lacan a Jakobson que corte opera e que consequências ele impõe para as relações entre psicanálise e linguística (ou para as relações entre psicanalistas e linguistas)?
Minicurso 7
Educação linguística e teorias decoloniais: dos conceitos e das práticas
Cláudia Hilsdorf Rocha e Simone Tiemi Hashiguti (Unicamp)
Neste minicurso, pretendemos apresentar e problematizar o conceito de decolonialidade, a fim de articular possíveis recursos teórico-analíticos para orientar uma educação linguística implicada com a vida em toda sua potencialidade e, portanto, fortemente compromissada com a transformação e o combate das mais variadas formas de opressão e violência. Primeiramente, discutiremos as principais facetas das teorias decoloniais (Quijano, 1992,) e suas possíveis implicações para uma educação linguística epistemicamente desobediente. Para tanto, iremos debater as intersecções entre o projeto decolonial e as Epistemologias do Sul, com o intuito de abordar perspectivas e vozes do Sul Global, em toda sua tensa e dissonante pluralidade. Por fim, iremos situar a discussão a partir da análise conjunta de práticas didáticas e de pesquisa, com vistas a oferecer elementos mais concretos para a construção de uma práxis educativa mais fortemente implicada com uma atitude decolonial, aberta à emergência de epistemologias, perspectivas e vozes dissonantes do pensamento dominante e potencializadora de ações e relações mais genuinamente coletivas e alinhadas à força da resistência e reexistência.
Minicurso 8
Introdução à estatística para os estudos da linguagem
Mahayana Cristina Godoy (UFRN)
Neste minicurso, faremos uma introdução a conceitos básicos da estatística descritiva e inferencial. A partir do uso do software R, veremos como manipular conjuntos de dados, elaborar gráficos e obter medidas descritivas de posição, dispersão e contagem. Também serão discutidos conceitos básicos de testes de hipóteses e aplicação prática de alguns testes como teste-t, correlação e qui-quadrado. As aulas contarão com sessões práticas de análise de dados oriundos de estudos linguísticos. Não é preciso familiaridade com o R para participar.